Tratamento para alergia. Já ouviu falar em imunoterapia?

Você já ouviu falar em imunoterapia ou vacina para alergia? Você sabia que este tipo de tratamento é usado a mais de 100 anos? 

A imunoterapia alérgeno específica (ITAE) ou vacina para alergia, como é popularmente conhecida, é um tipo de tratamento utilizado para controle das doenças alérgicas, sendo o único tratamento capaz de modificar a evolução de doenças, como rinite, rinoconjuntivite, asma e alergia a picada de inseto. A ITAE é um tratamento capaz de diminuir a sensibilidade a determinadas substâncias causadoras de alergia e, portanto, redução das reações alérgicas. Além disso, alguns estudos envolvendo a população pediátrica têm indicado que a ITAE é capaz de reduzir a possibilidade de novas sensibilizações e a evolução de um quadro de rinite alérgica para asma alérgica  nas crianças. 

Como a vacina para alergia ou imunoterapia funciona?

Nós temos vários tipos de resposta imunológicas que coexistem em equilíbrio em todos nós e necessárias para o bom funcionamento do nosso corpo. Em algumas pessoas um tipo de resposta imune pode alterar o estado de equilíbrio, implicando em doenças, dentre elas, as alergias. Assim, a imunoterapia atua estimulando o retorno desse equilíbrio no sistema imune, com consequente redução dos sintomas clínicos. Como? Reduzindo a resposta induzida por anticorpos tipo IgE e estimulando o desenvolvimento de anticorpos IgG4, bem como, a redução de alguns tipos de moléculas (chamadas citocinas) que possibilitam a comunicação entre o nosso sistema imune estimulando o retorno deste equilíbrio.

Como é o tratamento? 

São utilizados extratos alergênicos padronizados, com aumento crescente da concentração/ dose do alérgeno. Este alérgeno é possível de ser identificado a partir do exame conhecido como "prick test" e/ou dosagem de IgE específico para um determinado alérgeno; e precisa ter relevância clínica, ou seja, quando em contato com a substância apresentar sintomas.

Para quem está indicada a imunoterapia?

• Pessoas que não apresentam controle da rinite alérgica com tratamento medicamentoso

• Pessoas que não conseguem ter adesão ao tratamento medicamentoso (nestes casos, orienta-se a administração por via subcutânea)

• Crianças com rinite alérgica (com o objetivo de evitar novas sensibilizações e evitar o desenvolvimento de asma ou controlar a sua gravidade)

• Pessoas com conjuntivite alérgica ou rinoconjuntivite

• Pessoas com amigdalite recorrente ou irritabilidade na garganta e histórico de rinite alérgica 

• Pessoas com asma leve a moderada 

E como é feita administração? 

Atualmente existem 2 vias (formas) de administração: a subcutânea e a sublingual. Nos dois tipos de vias, observa-se resposta clínica, mas em alguns casos, a resposta é mais rápida com a forma subcutânea. 

O médico especialista em Alergia e Imunologia é o profissional que possui capacitação específica em imunoterapia, para acompanhar o andamento do tratamento, resposta clínica e seus potenciais reações adversas.

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